A Prefeitura de Itabira, que está investindo mais de R$ 3,6 milhões nas polícias Militar e Civil, cobra do governo estadual ampliação do efetivo policial da cidade, muito aquém da necessidade como afirmam as duas instituições. O tema é pauta de seguidas discussões capitaneadas pelo próprio prefeito Marco Antônio Lage. “A Segurança Pública é responsabilidade do Estado. O governo de Minas precisa dar uma contrapartida real a uma cidade que já distribuiu e continua distribuindo riquezas para Minas, o Brasil e o mundo”, afirma.
O secretário de Governo, Bernardo Rosa, conta que o chefe do 12° Departamento da Polícia Civil, delegado-Geral Gilmaro Alves Ferreira, coloca Itabira entre as cinco cidades de Minas que mais aportam recursos na instituição. “A contrapartida do governo estadual não chega com o mesmo tamanho. Só a delegacia regional em Itabira tem carência de 31 investigadores, sem contar em outros cargos”, aponta o secretário.
O aumento da criminalidade em todo o país, resultante, segundo as polícias, da volta à normalidade pós-pandemia, também afetou Itabira. A PM, segundo Bernardo Rosa, diz que operações coordenadas de prevenção surtem efeito. “Mas faltam policiais e até viaturas para que essas ações sejam sistemáticas e não apenas ocasionais”, lamenta o secretário, que também esteve com o Comandante da 12ª Região de Polícia Militar, coronel Juliano Fábio Lemos Dias.
O incêndio que atingiu o Parque do Limoeiro nesta semana, causando enorme prejuízo à fauna e flora, também suscitou cobrança da Prefeitura. Na sua live semanal, o prefeito lembrou que cobrou pessoalmente do governador Romeu Zema mais estrutura para o Corpo de Bombeiros em Itabira.
A Prefeitura repassou à Policia Militar R$ 1,5 milhão para implantação de um moderno sistema digital de comunicação operacional, com materiais e equipamentos digitais de última geração. Com a Polícia Civil, o Município tem um acordo para investir R$ 2,1 milhões até o fim de 2024.
Além disso, arca com despesas de aluguel, materiais de escritório e de informática, além da cessão de servidores para atividades burocráticas que liberam policiais para o policiamento.
Faltam mais de 50 policiais civis e prefeito estuda criar guarda municipal
A Delegacia Regional da Polícia Civil em Itabira tem um déficit de 36 investigadores e 17 escrivães. Esses policiais, somados aos que estão lotados na unidade, devem atender ainda as cidades como Santa Bárbara, Barão de Cocais, Santo Antônio do Rio Abaixo e Catas Altas, cujas delegacias estão sob comando da Regional. Essa, por sua vez, pertence á área do 12° Departamento da PCMG, sediada em Ipatinga.
Já a Polícia Militar informa que a formação na Academia da PMMG, prevista para o final do ano, deve reforçar o efetivo na região e com atenção maior para Itabira, onde o número de policiais é bem menor em relação a outras cidades. A 12° Região de Polícia Militar, com sede em Ipatinga, é responsável administrativamente pelo 26° Batalhao, em Itabira.
Já o Governo Municipal iniciou discussões para decidir se cria uma guarda civil municipal. Essa seria uma medida mais em médio prazo, assim como a volta do funcionamento das câmeras de segurança desativadas há anos. A PM diz que não opera mais o monitoramento por câmeras e essa tarefa pode ser mais uma atribuição da guarda civil, caso seja criada em Itabira.