A Vale está ampliando suas contratações de gás natural diretamente com fornecedores no mercado livre para aumentar sua competitividade, contribuindo assim para a consolidação de um ambiente mais dinâmico e eficiente. Nos últimos dias, a empresa assinou acordos no mercado livre com a Eneva e a Origem Energia, permitindo a execução da estratégia de ter, em 2025, cerca de 90% do gás natural consumido pelas operações da empresa no Brasil por meio desse modelo mais transparente e aberto.
É um avanço em relação a 2024, quando o percentual consumido a partir de contratos do mercado livre nas operações da Vale foi de cerca de 20%. Outros contratos ainda devem ser fechados nas próximas semanas, decorrentes do consumo já existente em Minas Gerais.
A Origem Energia e a Eneva fecharam contratos para abastecer até dezembro de 2025 a Unidade Tubarão, em Vitória (ES), que é responsável por cerca de 60% de todo o consumo de gás natural da Vale. No local, operam seis plantas de produção de pelotas e uma de briquete de minério de ferro. Uma segunda planta de briquete será inaugurada no início do próximo ano. Esses produtos integram o portfólio “premium” da Vale.
“Queremos fortalecer o mercado livre de gás natural, cuja evolução consideramos uma grande conquista do setor industrial do Brasil. Nosso objetivo é obter um suprimento de gás natural confiável a preços competitivos em um mercado mais aberto, dinâmico e transparente”, explica a diretora de Suprimentos Estratégicos, Mariana Rosas. “Também buscamos forma de colaborar com o setor para desenvolver o mercado desse insumo tão relevante para a nossa economia”.
O mercado livre de gás natural vem tendo avanço gradual no cenário brasileiro. Diferentemente do mercado cativo, em que o cliente compra do distribuidor a um preço regulado, no mercado livre é possível negociar diretamente com o produtor, o que aumenta a concorrência no setor, além de permitir que cada cliente construa, junto ao se fornecedor, um melhor modelo de contrato que o atenda.
“Essa parceria representa um marco na trajetória da companhia, além de demonstrar a competitividade da molécula proveniente da produção onshore”, afirma a diretora Comercial da Origem Energia, Flavia Barros. “Com este contrato passamos a ter um portfólio mais diversificado. É a primeira indústria que vamos atender diretamente, via mercado livre, e será nosso primeiro cliente na Região Sudeste. Esse passo demonstra nosso compromisso com o cliente final na busca de uma molécula competitiva, e de um contrato com mais aderência à sua demanda”, comentou.
“Trata-se do nosso primeiro grande contrato com cliente industrial utilizando nosso portfólio da Mesa de Gás e a infraestrutura do Hub Sergipe, após a sua conexão à malha da TAG”, ressalta Marcelo Lopes, diretor executivo de Marketing, Comercialização e Novos Negócios da Eneva. “A Eneva se consolida como mais uma opção para os clientes livres, se destacando pela oferta de soluções mais flexíveis. Além disso, asseguramos condições especiais de atendimento, mais segurança de suprimento e alternativas de fornecimento para um mercado cada vez mais dinâmico”.
Em 2022, a Vale já havia fechado um acordo com a Eneva com cinco anos de duração para converter sua planta de pelotização em São Luís (MA) de óleo combustível para gás natural. Esse acordo também nasceu no ambiente do mercado livre. As obras de adequação estão sendo finalizadas e a previsão é que a planta comece a operar a gás até o final deste ano. Essa mudança resultará em uma redução de emissões de carbono na ordem de 28%, representando um ganho de descarbonização, além da vantagem competitiva.
No ano passado, a Vale assinou contratos de pequenos volumes e curtíssimo prazo com diferentes fornecedores no mercado livre. Na sequência, foram assinados os primeiros contratos de suprimento regular com diferentes supridores para atender a uma fração da demanda da planta de Vitória em 2024.
“Os resultados dessas primeiras aquisições no mercado livre foram muito satisfatórios, o que nos levou a buscar contratos firmes mais representativos para 2025. Estamos confiantes que essa é uma mudança sem volta no mercado de gás natural”, afirma Mariana Rosas.
Sobre a Eneva
A Eneva é a maior operadora privada de gás natural do país, combustível fundamental para a segurança energética. Brasileira, a companhia atua na exploração, produção e no fornecimento de energia. Opera 15 campos de gás natural nas Bacias do Parnaíba (MA) e Amazonas (AM), totalizando uma área de concessão superior a 63 mil km², a maior do Brasil. Possui um parque de geração com 7,2 GW de capacidade em operação e em construção, incluindo termelétricas nos estados do Maranhão, Ceará, Sergipe, Roraima, Espírito Santo e o Complexo Solar Futura, na Bahia.
Sobre a Origem Energia
A Origem é uma empresa integrada de energia e infraestrutura, que tem o propósito de contribuir para o desenvolvimento do Brasil por meio da integração energética. Atualmente, a companhia opera 14 concessões de campos maduros de óleo e gás natural, dos quais 13 estão localizados em terra (onshore) e 1 em águas rasas (offshore) nos estados de Alagoas, Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Norte, além de 18 blocos exploratórios localizados nas Bacias Sergipe-Alagoas e Tucano Sul. A Origem Energia é controlada pela Prisma Capital. Fundada em 2017, a Prisma Capital é uma das principais gestoras de investimentos alternativos do Brasil, composta por sócios com mais de 15 anos de experiência trabalhando juntos. A Prisma possui um mandato flexível para investir em diversos setores e classes de ativos, incluindo private equity, crédito, real estate, NPLs, falência/reestruturações, ações judiciais e financiamento de litígios. Atualmente, a Prisma Capital possui R$15 bilhões em ativos sob gestão.