O Centro de Convivência InterAgir realizou, nessa quarta-feira (21), na praça do bairro João XXIII, uma tarde de atividades com a apresentação de arte, música, dança e um Sarau Poético com a participação dos pacientes do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps Ad), moradores do bairro, professores e alunos da Escola Municipal Nico Andrade.
As ações do Centro de Convivência buscam promover a interação dos pacientes portadores de transtornos mentais com a comunidade, oportunizando a criação de espaços de convívio mais agradáveis e produtivos. O espaço permite aos usuários fazerem uso de seu papel na sociedade, de participarem da vida social e da construção diária de saúde com acessibilidade, geração de renda e socialização, com atividades coletivas de lazer e oficinas de criações artísticas que incluem bordados, crochê, pinturas, desenhos , sarau de poesia, teatro, música e dança.
A experiência coletiva do InterAgir tem demonstrado que ações assim geram oportunidades para os pacientes, com possibilidades de conversação, entrosamento, confraternização, liberdade de expressão e criação, que melhoram os relacionamentos e o diálogo entre eles e os profissionais de saúde, ajudando consideravelmente na recuperação dos usuários do Caps no que diz respeito a sua saúde física e mental.
A gerente do Caps Adulto, Darlene Reis, avaliou que esse envolvimento dos pacientes com os profissionais do serviço de saúde e a comunidade tem favorecido positivamente na melhoria da qualidade de vida dos portadores de transtornos mentais. “Eles adoram participar dos eventos e têm revelado muitas habilidades nas oficinas, são criativos, participativos e muito entusiasmados. Esta aproximação com a arte e a comunidade é muito importante, é uma terapia do bem”, analisou.
Tânia Moreira Couto Germano, terapeuta ocupacional do Serviço de Saúde Mental, citou que este projeto de socialização é uma conquista. “A arte tem um processo de cura, ela retira o uso abusivo da medicação, traz o pertencimento social, a alegria, a espontaneidade, passeios, força criativa e diversão que favorece a saúde deles”, explicou.
Rogério Araújo, ex-paciente, é um dos responsáveis por trazer as oficinas de artes para o Caps de Itabira. Ele, hoje, é o apresentador do evento. “Hoje eu continuo o meu tratamento interagindo com os outros pacientes, levando alegria, animando as torcidas, ajudando as pessoas a se recuperarem. Ninguém se recupera sozinho, porque é preciso muito apoio da família, dos colegas, dos profissionais de saúde. Eu sou um recuperado e um recuperando. Estou aqui para aprender e também me doar para aquele que precisar de minha atenção e apoio”, finalizou.
Itabira é a única cidade da região que conta com uma estrutura de saúde mental com três Caps: Adulto, Infantil, e Álcool e Drogas, além de leitos de retaguarda reservados no Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD) e um Centro de Convivência – o InterAgir.
