A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu as investigações relacionadas com o homicídio de um homem, de 31 anos, e a tortura de um outro, de 23, ocorridos em setembro de 2024, em Paracatu, região Noroeste do estado. Conforme apurado, quatro pessoas, incluindo um adolescente, estariam envolvidos no fato.
Após levantamentos iniciais, a Polícia Civil representou pela prisão temporária de dois dos suspeitos, de 18 e 21 anos, bem como por medida cautelar contra o adolescente. Com o apoio da Polícia Militar, foi possível efetuar a prisão do alvo de 21 anos e a apreensão do jovem que à época dos fatos tinha 17 anos.
Com a conclusão do inquérito, os dois maiores de idade foram indiciados pelos crimes de homicídio, tortura, ocultação e vilipêndio a cadáver, e a PCMG trabalha na identificação do quarto envolvido.
Diante da gravidade do crime e do risco à ordem pública, a Polícia Civil representou ainda pela conversão da prisão temporária do jovem de 21 anos em preventiva, a qual foi deferida pela Justiça.
Os investigados já possuíam registros policiais por tráfico de drogas e roubo.
Levantamentos policiais
De acordo com as investigações, o alvo da ação era o homem de 31 anos, visto que o grupo, envolvido no tráfico de drogas, suspeitava de que ele estaria cometendo pequenos furtos na região. No momento em que foi encontrado pelos suspeitos, o jovem de 23 anos estava com a vítima fatal, motivo pelo qual também foi levado pelos criminosos.
Os levantamentos policiais indicaram ainda que a vítima fatal foi assassinada com requintes de crueldade, após sofrer espancamento intenso em uma casa abandonada. A segunda vítima, que sobreviveu, foi mantida refém pelos suspeitos e obrigada a presenciar o espancamento da outra até a morte.
Além disso, os suspeitos teriam cometido o crime de vilipêndio ao cadáver, ao decapitar o corpo da vítima e retirar seu coração. Como parte da tortura psicológica, a vítima sobrevivente foi coagida, sob ameaça de morte, a morder o coração arrancado do corpo.
O jovem ainda foi obrigado a carregar o cadáver por longa distância, até uma área de mata, onde o grupo dispensou o corpo em uma cisterna. Durante todo o percurso, a vítima continuou sendo ameaçada e agredida, até que os suspeitos decidiram poupá-la e a libertaram sob intimidação, advertindo que qualquer denúncia resultaria em represálias contra sua família.
As apurações apontaram que o jovem foi submetido a cenas de extrema crueldade antes de ser libertado.