Foto: Reprodução / Street View

Após a trágica morte de três crianças no município de São João Del-Rei, possivelmente decorrentes da bactéria Streptococcus pyogenes, a Prefeitura anunciou a aquisição de aproximadamente 4.500 testes rápidos para identificar essa infecção. A medida foi divulgada na terça-feira (24/10) após a cidade iniciar investigações sobre as mortes.

O Secretário Municipal de Saúde, Renê Marcos Fernandes, explicou que os testes foram adquiridos por meio de dispensa de licitação e devem chegar ao município em até cinco dias. Os testes serão disponibilizados nas unidades de saúde e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, semelhante ao processo de testagem para a COVID-19.

Além disso, a prefeitura anunciou a ampliação do número de médicos nas UPAs, principalmente nos fins de semana, devido ao aumento da demanda de pacientes. “Toda criança com dor de garganta, febre e erupções na pele terão prioridade nas unidades de saúde”, disse Renê Fernandes.

O primeiro óbito não teve amostras coletadas, e o exame de necropsia da segunda criança ainda não foi concluído. O terceiro óbito ocorreu na segunda-feira (23/10), com amostras enviadas à Fundação Ezequiel Dias (Funed) para análise, que deve ser concluída em 15 a 20 dias, conforme o Secretário de Saúde.

Em resposta às mortes e como medida de precaução, a prefeitura suspendeu as aulas nas 20 escolas municipais. A higienização das escolas será realizada durante esse período, com a previsão de retomada das atividades em 6 de novembro.

Durante uma audiência pública, os moradores questionaram a manutenção das aulas nas escolas estaduais e particulares. A Secretaria Estadual de Saúde decidiu manter essas escolas abertas, afirmando que a situação não foi considerada um surto.

Os moradores também pediram mais pediatras na cidade, um problema crônico devido à falta de profissionais em várias cidades, não se limitando a São João Del-Rei.

A Streptococcus pyogenes é altamente infecciosa e frequentemente causa faringites, mas pode resultar em doenças mais graves, como escarlatina e febre reumática. A bactéria pode ser transmitida por alimentos como leite cru ou incorretamente pasteurizado, saladas e mariscos que ficam várias horas à temperatura ambiente antes de serem consumidos.

As Secretarias de Estado de Saúde e Educação de Minas Gerais foram contatadas para comentar o caso, mas ainda não forneceram retorno.