Créditos Vale: Caminhões de 72 toneladas elétricos em operações de minas na Indonésia e em Minas Gerais / Foto: Reprodução

A Vale selecionou iniciativas bem-sucedidas de descabornização, de recuperação de florestas e de mitigação de impactos relacionadas às mudanças climáticas, desenvolvidas ao longo dos últimos anos, para apresentar nos painéis e encontros empresariais da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP 27ª, que ocorre entre 6 e 18 de novembro em Sharm El Sheikh, no Egito. Entre as iniciativas, está uma pesquisa inédita do Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável (ITV-DS) que visa aumentar o estoque de carbono no solo nas práticas de recuperação florestal, ajudando a reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEE) na atmosfera.

A empresa apresentará também os últimos resultados do programa Powershift, cujo objetivo é buscar soluções inovadoras para substituir combustíveis fósseis por fontes limpas em suas operações de mina e ferrovia. Nas iniciativas para reduzir as emissões de sua cadeia de valor (escopo 3), será exibido os últimos avanços das parcerias firmadas com clientes siderúrgicos. Em dois anos, a empresa já assinou contratos visando soluções de descarbonização com mais de 30 clientes que representam cerca de 50% das emissões de escopo 3 da empresa.

Será apresentado ainda o Vale Climate Forecast, uma ferramenta inédita, desenvolvida pela empresa, que permite identificar potenciais impactos operacionais e financeiros devido às mudanças climáticas nos curto e longo prazos.

Em 2019, a Vale anunciou a meta de reduzir suas emissões de carbono sob sua responsabilidade (escopos 1 e 2) em 33% até 2030, como primeiro passo para zerar suas emissões líquidas até 2050, em linha com o Acordo de Paris. Além disso, se comprometeu em reduzir em 15% suas emissões líquidas de escopo 3 até 2035. Esta meta será revista a cada cinco anos. Hoje, 98% das emissões de CO2 da Vale são provenientes da sua cadeia de valor.

Abaixo mais informações sobre algumas das iniciativas da empresa para redução de emissões e de apoio voluntário a ações na agenda climática:

Redução de emissões líquidas de GEE no escopo 1 e 2 – Em 2020, a Vale anunciou a meta de zerar as emissões líquidas de Gases de Efeito Estufa (GEE) até 2050, nos escopos 1 e 2. Na COP 27, a empresa apresentará as medidas adotadas para atingir este objetivo, como as do PowerShift. Criado em 2018, o programa visa substituir combustíveis fósseis por fontes limpas em suas operações, com foco no uso de energia renovável e combustíveis alternativos, maior eficiência nas operações utilizando novas tecnologias. A estratégia de eletrificação dos ativos, por exemplo, já conta com a adoção de duas locomotivas de pátio a bateria nos portos da empresa em Vitória e São Luís; dois caminhões de 72 toneladas elétricos em operações de minas na Indonésia e em Minas Gerais e ainda cerca de 50 equipamentos de mina subterrânea no Canadá. 

Descarbonização siderúrgica – A Vale é um dos maiores fornecedores de minério de ferro do mundo e a indústria do aço é sua principal cliente. Intensivos em carbono, os setores de mineração e siderúrgico representam cerca de 15% das emissões mundiais, segundo estudo da consultoria Mckinsey. Na Vale, as emissões de escopo 3, aquelas relativas à sua cadeia de valor (fornecedores e clientes siderúrgicos), somam 98% do total de emissões da empresa. Em 2020, a companhia anunciou uma meta que prevê reduzir 15% as emissões no escopo 3 até 2035.

Na COP 27, a companhia vai apresentar o estudo de caso sobre o impacto do vazamento de metano em estratégias de produção de aço com baixo teor de carbono. A empresa também detalha o que tem feito para ajudar na descarbonização da indústria siderúrgica, com a introdução de soluções na produção de aço, que incluem o minério de ferro de alta qualidade, briquetes verdes metálicos, rotas alternativas de produção e outras iniciativas. Até agora, a Vale firmou parcerias visando soluções de descarbonização com mais de 30 clientes que representam cerca de 50% das emissões do seu escopo 3.

Recentemente, a companhia anunciou acordos com a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Sultanato de Omã para a criação de mega hubs destinados à produção de hot briquetted iron (HBI) e produtos de aço de alta qualidade a partir do uso de briquetes verdes. A produção de HBI será feita em fornos de redução direta, com utilização de gás natural. A estimativa é de reduzir as emissões de carbono em, aproximadamente, 60% se comparado com fornos tradicionais siderúrgicos, da rota integrada BF-BOF, que usam coque e carvão metalúrgico.

Monitoramento dos riscos físicos relacionados às mudanças climáticas – A Vale faz monitoramento constante de seus ativos no Brasil e no mundo visando reduzir os riscos físicos relacionados às mudanças climáticas. Na COP 27, a empresa apresentará a metodologia desenvolvida com o apoio do ITV para a gestão de riscos físicos relacionados às mudanças climáticas, o Vale Climate Forecast. A ferramenta permite identificar potenciais impactos operacionais e financeiros, de curto e longo prazos, devido a variáveis climáticas como alterações nos regimes e volumes de chuvas e a variação de temperatura para todas as operações da empresa. Análises de longo prazo já foram realizadas para as operações do Canadá e Regiões Norte e Nordeste no Brasil, e as demais as áreas serão estudadas de acordo com o cronograma estabelecido. Além disso, em relação à monitoramento um piloto foi implantado no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís (MA). Diariamente, previsões de precipitação são disseminadas para todo o porto. Tais informações auxiliam a tomada de decisão nas operações de embarque e distribuição de
minério de ferro e outros produtos, otimizando os planos e minimizando os riscos.

Recuperação de florestas – Pesquisadores do Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável (ITV-DS), em Belém, desenvolveram uma técnica que ajuda na recuperação de florestas e, ao mesmo tempo, potencializa a captura de carbono da atmosfera no solo. A pesquisa resultou numa solução que permite identificar marcadores moleculares capazes de quantificar genes e proteínas que favorecem o aprimoramento das práticas de manejo e, com isto, ajudam a conservar o carbono na forma orgânica, diminuindo a emissão de gases do efeito estufa. Dados do Painel Intergovernamental para Mudanças do Clima (IPCC) da ONU mostram que o solo pode responder por até 70% do carbono estocado na terra na forma de matéria orgânica. Isto representa quase três vezes mais do que o armazenado na vegetação e cerca do dobro em comparação com a atmosfera.
A adoção da técnica desenvolvida pelo ITV prevê que, em quatro anos, o solo possa voltar a ser saudável e produtivo, com a acumulação de matéria orgânica. A partir daí, será possível mensurar a quantidade de carbono estocada no solo para viabilizar que agricultores possam comercializá-los em mercados de créditos.

Meta Florestal 2030 – Em 2019, a Vale se comprometeu a proteger e recuperar voluntariamente mais 500 mil hectares de florestas no Brasil até 2030. Deste total, 100 mil hectares serão recuperados e outros 400 mil com foco na proteção. Neste período, já foram recuperados mais de seis mil hectares a partir de investimentos em cinco negócios agroflorestais de impacto socioambiental positivo e firmados acordos com sete Unidades de Conservação, totalizando 115 mil hectares de proteção. O Fundo Vale é quem lidera e implementa as ações desta meta, em parceria com outros veículos da Vale como a Reserva Natural Vale (RNV) e o ITV.

O case que será apresentado é o da Caaporã, um dos negócios investidos, que lançou um leite e uma linha de produtos lácteos, como queijos e fermentados, com certificado de carbono zero. Os produtos estão reunidos sob a marca NoCarbon. Todas as emissões de gases efeito estufa geradas na produção são contabilizadas e compensadas por meio do plantio de árvores nativas, a partir da adoção de sistemas agrossilvipastoris. Neste modelo, a recuperação de áreas desmatadas ocorre por meio da combinação da plantação de espécies arbóreas com a criação de gado. As emissões de metano produzidos pelo gado também são compensadas.

A meta de 500 mil hectares vai se somar aos mais de 1 milhão de hectares que a Vale já ajuda proteger no mundo por meio de ações de compensação ou voluntárias. Deste total, 800 mil hectares estão na Amazônia, onde a empresa está presente há quase 40 anos. A área, equivalente a cinco vezes a cidade de Londres, é formada por seis unidades de conservação, que formam o chamado Mosaico de Carajás, que a empresa ajuda a proteger em parceria com o ICMBio, o órgão ambiental federal. De lá, saem mais de 60% da produção de minério de ferro da Vale, embora suas atividades ocupem menos de 2% do total do Mosaico, mostrando ser possível fazer uma mineração sustentável.
Previsão do desmatamento – O Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), com financiamento do Fundo Vale e Microsoft, lançou a PrevisiA em 2021, uma plataforma de Inteligência Artificial que antecipa informações de regiões com maior risco de desmatamento e incêndios na Amazônia. A ferramenta analisa diversos dados, como topografia, cobertura do solo, infraestrutura urbana, estradas legais e ilegais e dados socioeconômicos para identificar possíveis tendências de mudanças no uso do solo. Os dados são disponibilizados a órgãos públicos para ações preventivas de combate e controle e ao setor financeiro e ao agronegócio, a fim de mitigar riscos de investimentos e transações de mercado associadas ao desmatamento ilegal.

Biodiversidade – A Vale tem investido em pesquisa e desenvolvimento para entender a biodiversidade do bioma por meio do Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável (ITV-DS). Nos últimos onze anos, o ITV-DS investiu US$ 141 milhões, que resultaram no apoio a 154 projetos. O instituto já mapeou 9.500 mil referências genéticas de espécimes de plantas e 3.500 de animais (códigos de barra de DNA), transformando as Cangas da Amazônia no único bioma brasileiro a ter uma flora com uma referência genética.

Agenda Vale nos painéis da COP 27

Dia 8 de novembro, às 16h
Inovações da Vale rumo ao Net-zero.
Vivian Macknight, gerente de Mudanças Climáticas da Vale, e Febriany Eddy, CEO da Vale na Indonésia, apresentarão conjuntamente a estratégia global de descarbonização da empresa e soluções para uma empresa em um setor de difícil abatimento e, também, sobre a mercado de metais básicos na Indonésia.

Dia 8 de novembro, às 18h40

Inovações e Parcerias para Descarbonização na Indonésia e no Mundo
Vivian Macknight, gerente de Mudanças Climáticas da Vale, e Febriany Eddy, CEO da Vale na Indonésia, apresentarão o roteiro percorrido pela empresa rumo a descarbonização, com inovações e parcerias firmadas na Indonésia e no mundo.

Dia 11 de novembro, às 10h
Vivian Macknight, gerente de Mudanças Climáticas da Vale, participará de uma mesa redonda para falar sobre alavancas e obstáculos para mecanismos de mercados voluntários globais.

Dia 11 de novembro, às 16h
Evento McKinsey no Pavilhão do IDFC (International Development Finance Club)
Malu Paiva, vice-presidente de Sustentabilidade da Vale, compõe o painel ” Escalando o mercado voluntário de carbono de alta integridade no Brasil “. A sessão tem como objetivo ponderar anunciar a iniciativa empresarial que visa alavancar oportunidades do mercado voluntário brasileiro.

Dia 12 de novembro, às 15h
Evento CEBDS no Pavilhão do We Mean Business
Vivian Macknight, gerente de Mudanças Climáticas da Vale participará do anúncio da iniciativa Plataforma Net Zero que busca tornar os compromissos climáticos das empresas em ações efetivas.

Dia 14 de novembro, às 13h
Evento World Benchmarking Alliance no Pavilhão do We Mean Business
Malu Paiva, vice-presidente de Sustentabilidade da Vale, compõem mesa redonda para discutir ações para uma transição climática justa e inclusiva.

Dia 15 de novembro, às 16h30

Talkshow Ceres no Pavilhão do We Mean Business
Discussão informal entre Malu Paiva e Amit Bando, economista chefe de economia justa e inclusiva, para discutir tópicos da transição justa, bem como ações tangíveis que estão funcionando ou que podem ser implementadas.

Dia 16 de novembro, às 11h30

Painel organizado pelo Fórum Econômico Mundial para discutir necessidades de inovação tecnológica, financiamento e políticas públicas para acelerar uma transição energética rumo ao Net Zero.