Alunos de medicina da Universidade Iguaçu (Unig) foram banidos da cidade de Vassouras, no Rio de Janeiro, pela prefeitura do município. A decisão foi tomada após os estudantes proferirem gritos preconceituosos contra motoboys durante jogos universitários.
Um vídeo de alunos da Unig viralizou nas redes sociais e gerou muitas críticas. Na gravação, durante um evento de jogos universitários, os estudantes de medicina cantavam “ei, eu sou playboy. Não tenho culpa que seu pai é motoboy”.
A instituição de ensino também foi multada pela prefeitura de Vassouras. Severino Dias (DEM), prefeito da cidade, não detalhou o valor da multa, mas afirmou que a Unig não poderá mais participar de jogos na cidade.
“Essa faculdade não participa mais de jogos aqui na nossa cidade. Os estudantes são bem vindos aqui, mas têm que ter respeito, principalmente respeito com o ser humano”, declarou Dias.
Para o prefeito de Vassouras, o “grito de guerra” é um “ato explícito de preconceito e desrespeito à uma classe de trabalhadores digna e essencial”. “Acredito que o esporte une pessoas, raças, credos e classes. Mas tudo que ouvimos foi o contrário disto.”
O que dizem a Universidade e o Diretório Acadêmico
Em nota, a universidade afirmou que repudia “qualquer tipo de discriminação, inclusive por classe social ou condição financeira, e que lamenta profundamente o episódio. A intolerância, em qualquer de suas modalidades, só se presta a dividir ainda mais nossa sociedade, que, mais do que nunca, precisa de respeito, integração e união.”
Segundo a UNIG, a entidade não tem ingerência “sobre as frases ditas por seus alunos, principalmente em ambiente externo”, mas se comprometeu a adotar “todas as providências possíveis para que episódios similares não se repitam”.
O Diretório Acadêmico Dr. Renam Catharina Tinoco (DARCT) do curso de Medicina da UNIG (campus V) também emitiu uma nota e afirmou que é contra qualquer “tipo de repressão ou desrespeito à raça, gênero ou classe social”.