Foto: Saulo de Castro/Divulgação

Vista pela primeira em 2019 em Lagoa da Prata/MG, uma sucuri de mais de 5 metros de comprimento reapareceu na comunidade de Tabocas, próximo ao Rio São Francisco e agora, é monitorada por ambientalistas da Secretaria de Meio Ambiente do município. O ambientalista e servidor da pasta, Saulo de Castro, disse que o animal tem a cauda amputada e, por essa característica, ele e outros profissionais conseguiram identificar que se tratar da mesma sucuri vista há três anos na comunidade.

Pela dificuldade de manejo e riscos, o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) orientou às equipes de Lagoa da Prata que apenas monitorem a sucuri e preservem a vida dela na região. Veja nesta reportagem algumas orientações que devem ser adotadas caso a sucuri seja vista na localidade.

A primeira vez que a sucuri foi vista foi em 2019, por um ciclista. Ele postou um vídeo do animal nas redes sociais e, assim que que o ambientalista Saulo de Castro tomou conhecimento do fato, foi até o local junto com uma equipe de profissionais da Secretaria de Meio Ambiente.

Foto: Saulo de Castro/Divulgação

“Neste dia, fizemos o registro do animal, mas nessa ocasião nós não conseguimos fazer qualquer medição dela. Fizemos algumas fotografias, um vídeo falando sobre a cobra, mas ficou só por isso mesmo. Acabamos espantando a sucuri que estava muito exposta e então ela desapareceu na vegetação. Desde então, nós não tivemos mais notícias e ela voltou a aparecer novamente, agora”, disse.

“Sabemos que é o mesmo animal pela cauda amputada. É uma característica única e registrada em imagens desde a primeira vez. Por nossa sorte, realmente é o mesmo animal”, contou.

Na reaparição da sucuri, nos últimos dias, Saulo conta que a cobra estava do lado de fora de um canal com água próximo ao Rio São Francisco, junto com outros três machos, já que ela está em período de acasalamento.

“Assim que chegamos perto, os machos saíram, entraram dentro do canal de água e ela ficou do lado de fora. Foi então que a gente conseguiu fazer uma medição aproximada dela”, afirmou.

“Nessa nossa medição, ela tem em torno de em torno de 5,35 metros. Não tínhamos as ferramentas corretas e nem pessoal suficiente para conter a cobra. É um animal muito forte, então não conseguimos fazer essa medição de forma adequada, mas conseguimos constatar mais de cinco metros”. Questionando sobre os riscos de uma cobra tão grande exposta na natureza e que pode ser facilmente visualizada por moradores, o ambientalista disse é a sucuri que corre o maior risco.

“Por se tratar de um animal de grande porte, um predador de topo de cadeia e um animal que se alimenta de mamíferos, principalmente, então não é aconselhável que pessoas não chegue em próximo dela. Ela não vai sair atacando as pessoas deliberadamente, mas pode ser que uma pessoa que não sabe da presença do animal passe muito próximo e ela se sinta ameaçada. Neste caso ela vai atacar e aí pode ser um problema. No entanto, eu duvido muito que isso aconteça”.

“Eu acho que o maior risco quem está correndo na verdade é essa sucuri, devido ao local que ela se encontra, que é uma área muito aberta, muito limpa, de fácil acesso e muito próxima a uma estrada onde passam muitas pessoas como agricultores, ciclistas, pescadores. Então é um animal que está muito exposto”, pontuou.

Saulo destaca ainda, que, caso alguém se encontre com a sucuri na região, a orientação é apenas apreciar a beleza da espécie, fotografar e filmar sem se aproximar para que a cobra não se sinta estressada e para evitar qualquer possibilidade de ataque.