Curitiba deu início, na Semana Nacional de Trânsito, a um projeto-piloto com radares que identificam de forma automática veículos com ruídos excessivos, como o de motos com escapamentos adulterados. A iniciativa com os “radares de barulho” é pioneira no país, e deve ser lançada oficialmente pela Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito da capital nesta segunda-feira (26/09).
O primeiro equipamento está instalado na Avenida Victor Ferreira do Amaral, nas imediações do Jockey Club do Paraná, no Tarumã. Fisicamente, o novo sistema não é muito diferente dos radares convencionais de velocidade. A diferença está na forma como os dados são registrados, como explicou à Gazeta do Povo a superintendente municipal de Trânsito, Rosângela Maria Battistella.
Segundo ela, o equipamento conta com um sistema de gravação de vídeo e de áudio, para poder captar os ruídos excessivos. Essas informações são, então, cruzadas com o reconhecimento da placa, também feito pelo sistema, para assim identificar qual veículo está com escapamento irregular.
Sistema vai auxiliar em ações educativas
O sistema pode ser adaptado em radares já instalados ou colocado em outros locais sem monitoramento, mas que tenha um grande volume de veículos barulhentos. De acordo com a superintendente, o sistema será usado a princípio como forma de auxiliar na adoção de medidas educativas junto aos motoristas.
Entre essas ações previstas pela superintendente estão medidas que também podem ser tomadas junto a aplicativos de entregas. De acordo com Battistella, a secretaria recebe muitas reclamações relacionadas a motociclistas que trabalham como entregadores. Segundo a superintendente, há uma percepção de que uma boa parcela desse grupo de condutores trafega em motocicletas com escapamentos adulterados, que emitem níveis de ruído acima do tolerável.
“Se realmente isso for detectado e confirmado, nós teremos condições de fazer essas ações educativas junto aos aplicativos, para que eles também possam colaborar na redução desses casos e na regularização desses veículos”, pontuou.
Equipamentos não podem gerar multas
Por ainda não serem homologados no Brasil, os equipamentos não podem ser utilizados em ações de fiscalização que gerem multas a motoristas e motociclistas. A empresa responsável pelos radares de barulho quer usar o projeto piloto para fazer os ajustes e as adequações necessárias para obter esse registro junto ao Inmetro e outros órgãos certificadores.
“A prefeitura formalizou um pedido junto à Secretaria Nacional de Trânsito para que possamos conduzir esses testes e ajudar no processo de homologação dessa funcionalidade. Depois de homologado, aí sim esse sistema vai poder ser utilizado em ações de fiscalização”, confirmou a superintendente.